O conceito de smartphone dobrável vai além do quesito estético futurístico. A ideia desse tipo de produto é expandir as capacidades de uso do dispositivo. Por não estarem a tanto tempo no mercado, os dobráveis ainda causam um misto de sensações no público: curiosidade, interesse, surpresa e, também, receio quanto a durabilidade dos mecanismos de dobra utilizados.
Um dos smartphones responsáveis por popularizar esse tipo de segmento foi o Samsung Galaxy Fold, anunciado em fevereiro de 2019. Apesar de roubar a cena no evento Galaxy Unpacked pelo design totalmente diferenciado, o pós-lançamento do Fold foi desastroso. Diversos jornalistas na época que receberam modelos do dispositivo, relataram problemas de funcionamento com o mecanismo de dobra do modelo da sul-coreana. A tela do Fold começou a dar problemas, o que obrigou a Samsung a adiar as vendas do dispositivo até que o erro fosse resolvido.
O episódio supracitado, no entanto, não mudou o desejo pela fabricação desses aparelhos. Pouco tempo depois, documentos interessantes sobre patentes foram descobertos por jornalistas sobre um novo sucessor dobrável da Samsung, que ela revelou posteriormente: o robusto Galaxy Z Flip.
Outras grandes empresas lançaram suas próprias versões e algumas possuem conceitos muito interessantes nesse segmento. Confira abaixo alguns modelos.
Samsung Galaxy Z Flip
O Galaxy Z Flip, anunciado recentemente pela Samsung, chegou ao mundo mais robusto do que o irmão Fold. A construção, bem como o tamanho reduzido, conferem maior resistência ao dispositivo. A tela, por exemplo, é coberta por vidro. Esse acabamento faz com que o Z Flip seja bem mais resistente a arranhões do que o Fold, que não possui essa característica.
A tela grande de 6,7 polegadas se dobra confortavelmente ao meio, transformando-se em um dispositivo de bolso que remete aos telefones clássicos em estilo de concha dos anos 90.
O principal aspecto que dá vantagem ao Z Flip em relação ao Fold é o preço. Ele custa U$ 1.380. Embora ainda seja caro, mais do que o modelo mais avançado do iPhone 11, por exemplo, é um valor menos assustador do que os U$ 2.000 cobrados pelo Fold, que no Brasil foi lançado por R$ 13.000.
Motorola Razr
A Motorola se inspirou no antigo e famoso V3, modelo flip da companhia lançado em 2004 e que atingiu a marca de 130 milhões de unidades vendidas, para criar o dobrável Razr. O modelo em formato de concha da Motorola, apesar de extremamente elogiado pela proposta de design, não chegou ao mercado para brigar com os tops de linha – apesar de conter alto valor. O Razr traz um processador de intermediário premium, o Snapdragon 710. Embora seja veloz, fica atrás de modelos como o Galaxy S10 e iPhone 11. Isso mostra que o dispositivo veio para atender aos consumidores entusiastas do design, e não os preocupados com alto desempenho em benchmarks.
O novo Motorola Razr possui duas telas. A principal é um display pOLED de 6,2 polegadas que trabalha na resolução de 2142×876 pixels, enquanto a secundária é uma OLED de 2,7 polegadas coberta por vidro na parte externa do telefone, permitindo que os usuários respondam às mensagens sem a necessidade de desdobrar o aparelho.
Com o preço de US $ 1.499, o Razr se posiciona no mercado como o primeiro smartphone dobrável disponível comercialmente com um design em formato de concha.
Royole FlexPai
Embora não seja tão conhecido quanto os demais dessa lista, o FlexPai, anunciado em 31 de outubro de 2018, foi o primeiro smartphone dobrável do mundo disponível comercialmente – embora a história ainda não tenha decidido se isso é bom ou ruim.
O impacto desse lançamento foi grande e gerou forte burburinho entre os veículos especializados na cobertura do mercado de tecnologia na época. A empresa, que tem como foco a produção de displays, resolveu lançar o modelo inovador para impulsionar o nome da marca no mercado internacional.
O modelo híbrido de ‘smartphone/tablet’ usa os monitores flexíveis Cicada Wing de segunda geração da Royole, que permitem dobrar livremente de 0 a 180 graus a tela do dispositivo. Suas câmeras incluem uma lente telefoto de 20 megapixels e uma lente grande angular de 16 megapixels.
A Royole pretendia lançar a segunda geração do FlexPai no Mobile World Congress (MWC) desse ano, que foi cancelado devido a pandemia do novo coronavírus. Por conta disso, o anúncio do FlexPai 2 foi discreto e não gerou tanta repercussão. A companhia deve iniciar as vendas no início do segundo semestre desse ano.
Huawei Mate X
O modelo da Huawei, anunciado no MWC 2019 em um estande ao lado do Galaxy Fold, teve design bastante elogiado. O Mate X impressiona pelo fato de possuir apenas 5,4 milímetros de espessura quando desdobrado. Quando fechado, o modelo ainda se mantem fino, com 11 milímetros.
Entre os dobráveis, o Mate X é o que possui o maior preço. Por U$ 2.600, o consumidor leva pra casa um conjunto de hardware avançado com processador veloz, 512 GB de armazenamento interno e câmera tripla, sendo o sensor principal de 40 MP.
Quando “aberto”, temos no Mate X uma tela de 8 polegadas. Dobrado, o display divide-se em dois: 6,6 polegadas na parte frontal e 6,38 polegadas na parte traseira.
Oppo SmartWatch (conceito)
A Oppo também quer entrar na disputa dos dobráveis. O conceito de design, patenteado pela empresa e criado pela LetsGoDigital, revela uma nova e impressionante direção para a tecnologia desse segmento: a dos smartwatchs dobráveis.
O projeto ambicioso inclui um mecanismo que faz com que a tela fique “enrolada”, podendo expandir-se caso o usuário queira. Embora o novo design do Oppo provavelmente não seja lançado comercialmente tão cedo, ele fornece uma indicação sobre as diferentes direções criativas que os dobráveis podem tomar.
Samsung Z-shape (conceito)
Assim como o design do Oppo mostrado anteriormente, esse conceito também foi apresentado em uma patente disponível na LetsGoDigital.
O conceito acima, que não deve estar disponível comercialmente tão cedo (tendo em vista a complexidade envolvida no projeto), permite que o modelo se dobre em forma de “Z”. Em outras palavras, é um Galaxy Fold com uma dobra extra.