O Facebook se recusa a apagar os perfis de falecidos, mesmo com comprovação de que o usuário morreu por meio de atestados de óbito e notícias. Isso pode levar, de acordo com um pesquisador da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, a uma concentração de mais gente morta do que viva em seus sistemas a partir de 2098.
A pesquisa criou um modelo matemático para estimar a proporção de usuários do Facebook entre essas duas categorias, levando em conta, por exemplo, uma estagnação na criação de novos perfis para as próximas décadas – levando em conta que “quase todo mundo” terá um. Depois os dados foram cruzados com informações demográficas e taxas de mortalidade em diferentes países.
O período de quase 80 anos para que isso aconteça tem razão. De acordo com os números oficiais da rede social, mais de 60% dos usuários do Facebook tem menos de 35 anos, enquanto apenas 5% tem mais de 65. Ou seja, é gente que, na teoria, ainda vai demorar um bocado de tempo para morrer, o que leva a uma boa quantidade de décadas até que a plataforma se transforma em um cemitério virtual.
Outros números, entretanto, são bem mais sombrios. Uma das métricas utilizadas pela Universidade de Massachusetts na pesquisa é a noção de que, em 2016, 972 mil usuários do Facebook devem morrer. Esse total também só deve aumentar ao longo dos anos, até chegar a um momento em que teremos mais falecimentos do que novos perfis e, finalmente, a transformação da rede em um gigantesco memorial.
Contas com esse caráter não aparecem entre sugestões para novas amizades, enquanto os amigos que tinham o falecido adicionado não são mais lembrados de aniversários e outros eventos importantes relacionados a ele. A única forma de efetivamente apagar o perfil de um ente querido morto do Facebook, entretanto, é obtendo acesso à própria conta e realizando isso manualmente.