Os impactos da pandemia do coronavírus nas redes sociais

Desde o início do novo milênio, nenhum ano foi tão atípico como 2020. A pandemia do novo coronavírus avançou de forma rápida e afetou drasticamente a dinâmica na maioria dos países. Diante deste panorama complexo, escolas e universidades suspenderam aulas presenciais, empresas adotaram o modelo de trabalho remoto – conhecido no Brasil como home office – e serviços considerados não essenciais, por exemplo, tiveram de fechar as portas. 

Para suprir as necessidades demandadas por esse novo cenário, que exigiu a reinvenção de diversos setores, a internet se mostra como forte aliada. Não é à toa que foi observado aumento significativo nas interações em redes sociais durante esse período de quarentena.

Até o momento, a América Latina registrou, oficialmente, cerca de 500 mil casos positivos para a Covid-19. A maioria dos países da região mantém a estratégia do distanciamento social, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo dados da plataforma Shareablee, da Comscore, os países que obtiveram maior percentual de mudança no número de publicações e interações em mídias sociais multiplataforma registradas em março de 2020, se comparadas com o mesmo período do ano anterior, foram Argentina, Brasil, Chile e Paraguai.

Mesmo em um ambiente bastante instável e, portanto, incerto para a maioria, marcas e anunciantes alcançaram altos números de engajamento desde o início da pandemia. No Brasil, por exemplo, marcas como Natura, O Boticário e Nutella alcançaram, durante o mês de março, números impressionantes de acessos em vídeos patrocinados no Youtube. Em um único vídeo no site cada, Natura alcançou 39.5 milhões de visualizações, O Boticário fez 21.2 milhões e,  Nutella, 19.7 milhões de visualizações. 

Instagram

Segundo os números extraídos da Shareablee, os níveis mais altos de engajamento foram obtidos pelo Instagram nas categorias Finanças e Saúde. Observou-se, ainda, o aumento de 100% nas interações em relação a março de 2019. No Instagram, os destaques foram fotos e vídeos de Breaking News sobre personalidades diagnosticadas com o novo coronavírus, sendo 72% fotos e 17% vídeos. Entre os assuntos mais acessados e postados estão: Governo, Saúde, Finanças, Publicidade, Telecomunicações, Influencers e Educação.

 

Facebook

O relatório também revela que, no Facebook, os links para notas detalhadas, entrevistas e conferências são as que predominam maior parte das interações, sendo 41% vídeos, 33% links e 24% fotos. Os temas mais acessados e publicados nesta mídia são relacionados a Governo, Saúde, Consumo, Finanças e Publicidade.

 

Twitter

O Twitter está na posição de mídia social de ‘últimas notícias’, com estatísticas, gráficos de contágio local, recomendações e dicas de prevenção que são atualizadas dia após dia, sendo 40% fotos, 25% vídeos e 28% links. Entre os temas mais comentados, destacam-se Governo, Publicidade, Saúde, Finanças, Varejo, Tecnologia e Educação.

No Brasil, os principais assuntos comentados na plataforma durante o período de quarentena foram relacionados ao reality show de televisão Big Brother Brasil, a demissão do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, bem como a saída de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich do Ministério da Saúde.

Lives

Apesar de muitas plataformas já existirem antes da quarentena, algumas têm ganhado destaque, como as ‘lives’ – transmissões ao vivo em redes sociais. Durante a quarentena, houve aumento no número desse tipo de transmissão realizada no Instagram e no YouTube. Esse aumento foi impulsionado principalmente por artistas, palestrantes, psicólogos, psicanalistas, apresentadores, médicos e gamers.

O destaque, nesse sentido, foi dos artistas que realizaram shows. Com 3.2 milhões de visualizações simultâneas, o show online da cantora Marília Mendonça, transmitido no dia 8 de março no Youtube, bateu recorde histórico e ganhou posto de “live mais assistida da web”.

Educação

Os cursos online também tiveram destaque. Várias instituições de ensino estão oferecendo cursos gratuitos.  Algumas plataformas também flexibilizaram condições de pagamento e reduziram os preços, o que aumentou a busca por esses serviços. Aplicativos como o Google Classroom e serviços de videoconferência como Google Meet e Zoom obtiveram aumento expressivo no número de acessos, gerado principalmente pelo meio acadêmico e corporativo.

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